segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Transnordestina anda, mas Transposição está quase parada
















Na longa peregrinação pelas paisagens de vidas secas, alcançando 2,2 mil km em seis dias, este blogueiro constatou que a Transposição está quase parada, andando a passos de tartaruga, enquanto a ferrovia Transnordestina vai conseguindo se transformar em realidade. Pelo menos em Salgueiro, primeiro trecho concluído, já é possível trafegar sobre um extenso viaduto contornando a ferrovia.

Em Terra Nova, cidade próxima a Salgueiro, foi possível encontrar também um grupo de operários trabalhando na obra. “Estou aqui há mais de um ano, a obra vai bem”, diz o agricultor Francisco Tenório de Souza, que deixou o campo, onde perdeu a lavoura, para arrancar mato no canteiro da ferrovia.

 
















De acordo com o Ministério dos Transportes, 874 km dos 1.728 km do empreendimento estão sendo executados pela “Transnordestina Logística”, empresa controlada pela “Companhia Siderúrgica Nacional” (CSN). O Governo reconhece o avanço das obras desde a contratação da Odebrecht, no fim de 2009, onde mais de 10 mil pessoas estão trabalhando nos canteiros.

Há, também, mais de 100 mil toneladas de trilhos armazenadas em Salgueiro para instalação do restante da ferrovia e uma fábrica local produz 4, 8 mil dormentes por dia. No trecho entre Salgueiro e Missão Velha (CE), de 96 quilômetros, os trabalhos praticamente já se encerraram.
Outro trecho cearense, entre Missão Velha e Aurora, anda de vento em popa. Mas são apenas 50 quilômetros. “Isso é muito pouco. O que nós desejamos são maiores extensões atacadas (por obras) e ritmo mais forte”, observa um técnico do Ministério dos Transportes ouvido pelo
blog.

Existem três áreas em que pode haver avanços mais rápidos. O trecho entre Trindade (PE) e Eliseu Martins (PI) ainda tem 167 quilômetros sem trabalhos, devido a pendências nos processos de desapropriação, a cargo do Governo piauiense. Nos outros dois trechos, a aceleração das obras “depende de a Transnordestina Logística contratar”, afirma o mesmo
técnico.

 
















O primeiro em que há cobrança do Governo à empresa é entre Aurora e Pecém, no Ceará, com 477 quilômetros. Avalia-se que as desapropriações estão andando e é hora de iniciar as obras. O segundo envolve a chegada ao porto de Suape, em Pernambuco, com quatro lotes. Eles exigem a realocação de 600 famílias, na região metropolitana de Recife, e uma mudança do traçado original, que passaria pela barragem de Serro Azul.

O orçamento para a Transnordestina, cotado a R$ 4,5 bilhões em 2004, aumentou para R$ 5,4 bilhões em 2008. No fim do ano passado, subiu para R$ 6,8 bilhões. Há forte participação estatal no financiamento, com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Nordeste. Também há recursos do FINOR e da VALEC. Inicialmente, a previsão do governo era concluir a ferrovia em 2010.

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