sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Dilma na transposição


O ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, tem pela frente o grande desafio de resgatar a confiança do povo nordestino no projeto da transposição do São Francisco. Há dois dias, ele assinou a ordem de serviço para retomada das obras em três lotes entre os municípios de Cabrobó e Salgueiro.

E no dia seguinte divulgou relatório de uma fiscalização apontando rachaduras em vários canais, tanto na nascente quanto em trechos já nos Estados da Paraíba e Ceará. As empreiteiras responsáveis, segundo nota assinada pelo ministro, terão que corrigir as falhas sem prejuízo aos cofres da União.

Não é fácil reconquistar a fé de tanta gente num projeto que parou por problemas gerenciais e impasse com as próprias empreiteiras que prestaram serviço de qualidade duvidosa. Para isso, o ministro terá que, de um lado, explorar a credibilidade da presidente Dilma, que não tem tocado no assunto.

Por outro, mostrar que, na prática, as obras, que vinham se arrastando, já estão a todo vapor, gerando emprego e renda. Seria oportuno se o ministro levasse Dilma num canal cujas obras serão retomadas, para massificar a ideia de que o Governo atual prioriza tanto o projeto quanto na gestão do ex-presidente Lula.

A transposição é um sonho de 100 anos, tirado do papel por Lula, para levar água para milhares de nordestinos que, em pleno século 21, ainda carregam água na cabeça na imensidão do semi-árido.

BOM SINAL – Na cidade de Mauriti, no Ceará, 110 operários já tiveram suas carteiras de trabalho assinadas para as obras de construção de 39 km de canais do lote seis da transposição. Ao todo, 1.083 operários já atuam neste trecho que compõe o Eixo Norte do projeto. Só este eixo tem uma extensão de 426 km e em 2015, quando o projeto deve entrar em operação – se não parar mais uma vez – levará água para os Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

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